O secretário de Saúde de Biguaçu, Bruno Célio publicou o seguinte post na suas redes sociais: ” Venho através dessa, informar que lamentamos o ocorrido por ambas as partes. Também pela insatisfação da paciente e pela situação vivida pela nossa servidora. 33151p
Infelizmente vivemos uma situação difícil, as UPAS estão com pacientes internados e não conseguem transferências, os hospitais estão lotados, houve um aumento significativo na procura de atendimento por sintomas de covid e suas complicações.
Após ler o post feito pela ex colega de trabalho, a qual já tive a oportunidade de trabalhar junto e por este motivo tenho o máximo respeito e iração, ouvi a profissional que a atendeu e também as pacientes que estavam no local aguardando atendimento, que se prontificaram a testemunhar o ocorrido.
Infelizmente, tais situações são de difícil controle dentro da unidade. Em atendimentos de emergência podemos necessitar de vários profissionais trabalhando em conjunto, seja na reanimação, na reavaliação ou em qualquer outro procedimento que atrase o atendimento na triagem.
Lamento pela população, mas lamento também pelos nossos profissionais, pois estes estão esgotados. Após um ano de pandemia trabalhando diuturnamente, o estresse do trabalho vem causando afastamentos e adoecimento á saúde mental e física destes guerreiros.
Lamento por seguir a burocracia e por demorar a conseguir a substituição e contratação de novos servidores. Estamos com baixo número de enfermeiros e técnicos, sim. Precisamos de mais, mas muita burocracia nos impede na contratação imediata e até em segundo plano vivenciamos a dificuldade de conseguir contratar profissionais experientes que queiram trabalhar na linha de frente combatendo ao covid-19.
De fato, segundo a enfermeira e as testemunhas, havia mais pessoas aguardando atendimento naquele momento. A classificação de risco é feita por ordem de chegada e por vezes pode, infelizmente, demorar pelos motivos acima citados.
Na consulta com o enfermeiro na triagem é feita aferição da pressão arterial, da temperatura corporal, saturação e anamnese, só então classificando o risco do paciente.
Conforme relatos e registros, a ex colega não quis aguardar para ser atendida e exigiu atendimento imediato. Quando chegou sua vez para ser classificada, recusou o atendimento e foi embora, relatando que iria reclamar nas redes sociais.
A respeito sobre a limpeza na UPA, possuímos uma equipe que trabalha incansavelmente 24 horas para manter o mais higienizado possível, sendo aumentado o número de servidores devido a pandemia, pois o momento nos exige mais cuidados.
Problemas na estrutura, falta de pintura, rachaduras que causam impressão de local feio, são fatos que infelizmente herdamos. Considerando o “incêndio em curso” no momento só conseguimos apagar fogo e não temos condições de focar nas melhorias da estrutura física de imediato por estarmos focados na melhora interna da unidade. Estes problemas estruturais estão na lista de obras futuras.
Somos a única UPA do município e atendemos não só a população de Biguaçu mas também a de São José, Antônio Carlos, Governador Celso Ramos e até pacientes de Florianópolis.
Por fim, deixo este relato em tom de desabafo, pelo carinho e consideração que tenho, e informo que infelizmente não fui procurado pela colega. Deixo público meu convite para ir até a secretaria e reforço meu desejo de ouvir sugestões e mostrar nossos projetos para debatermos, com um único objetivo: Saúde para todos.