O destino e seu herói, Betão do Biguá era um senhor de 66 anos detentor de muita experiência no tato com o público, excepcional líder comunitário nato. Foi assim, como Presidente do Biguá, Presidente da Escola de Samba Unidos do Rio Caveiras, Presidente da Escola de Samba Comunidade da Praia João Rosa e candidato a vereador em Biguaçu em 2016.
Betão sempre esteve junto à população e como dizem era o primeiro a dar “a cara à tapa”, nunca se escondia. Mas, mesmo assim sempre cumpriu rigorosamente as recomendações dos protocolos de segurança contra COVID, ele trabalhava em uma farmácia no centro de Biguaçu, e usar mascará, álcool em gel e distanciamento social era obrigação em sua profissão.
O vídeo abaixo é parte final da entrevista que Betão concedeu ao Programa “PAPO DE BIGUÁ FUTEBOL” no dia 12 de fevereiro de 2021, “ONDE FEZ QUESTÃO DE FRISAR E RECOMENDAR AO APRESENTADOR DO PROGRAMA, PAULO BAGA, AS AÇÕES DE PROTEÇÃO CONTRA O COVID”. Esse trecho da entrevista é surreal. Para as pessoas que o conhecia bem e que mantinham convivência diária, a perda é uma dor inconsolável em seus corações.
Betão nos deixa com sua agem um aprendizado: todo cuidado é pouco, esse vírus não está de brincadeira, ele mata inclusive as pessoas que você ama e até mesmo você que está lendo esta matéria. Foi um grande professor, pois sempre ensinou os mais jovens e cativou os mais velhos, de forma contínua.
Faleceu vítima do COVID na UPA de Biguaçu, e foi a óbito porque lá não encontrou leito de enfermaria ou UTI para salvar sua vida. Fica a triste e dolorosa pergunta: Sua morte foi por causa do COVID? Foi, mas 80% de sua morte deveu-se a negligência do poder público e de 40% de nossa população que se nega a cumprir as recomendações contra o COVID. E, devido a esse descumprimento diuturno a população contribui e muito na consequência fatal para o “COLAPSO DO SERVIÇO PUBLICO DE SAÚDE”.
Há um ano, o COVID era uma doença fatal que matava pessoas que ninguém de nossos círculos a conhecia, mesmo que ditas pessoas terem suas famílias, no entanto ainda não tínhamos sentido na pele a intensa dor que a morte de um familiar ou amigo pode nos causar. Hoje, a triste realidade é que não há pessoa que não tenha enterrado um familiar ou um amigo.