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Na rua onde o brasileiro mora mal existe ciclovia e as rampas para cadeirantes, assim como as calçadas livres de obstáculos, são raridade. Por outro lado, a iluminação pública é praticamente garantida, e a maioria das vias – mas não todas – são pavimentadas. Já a presença de bueiros, o que ajuda a evitar alagamentos, é realidade para apenas metade da população. 495l2h
Falta de ibilidade revelada no Censo 2022 é desafio cotidiano nas ruas de Campinas, Homem desvia de poste no meio da calçada no Centro de Campinas
Os dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE também revelam variações regionais e sociais dessas características, e, em geral, as regiões mais ricas do país, Sul e Sudeste, possuem as melhores qualificações urbanas. Além disso, a população idosa (de mais de 60 anos é a que vive, em média, nas áreas com melhor oferta de infraestrutura urbana entre os aspectos pesquisados. 6b5q2j
Em relação a cor e raça, a população autodeclarada amarela é a que vivia nas ruas mais qualificadas, em quase todos os quesitos, seguida pela população branca, a população preta é a que mora nas ruas com piores resultados em cinco quesitos, e a população parda em outros três.
As vias mais pavimentadas se concentram no Sul e no Sudeste. Em relação às calçadas livres de obstáculos, como buracos, desníveis, entradas para estacionamento irregulares ou calçadas quebradas, os melhores resultados foram no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso, e os piores no Nordeste.
Das características urbanas levantadas, quatro podem ser comparadas com o Censo 2010. Em todas houve evolução nas estatísticas. A iluminação pública, que já existia nas vias de 95% dos moradores, chegou a 97,5% em 2022.
Nesse intervalo de tempo, as ruas com bueiros ou boca de lobo aram a ser maioria para a população. Em 2010, 41,1% dos moradores estavam em vias com essa estrutura, percentual que subuy para 55% na última pesquisa. A existência de calçadas ou eio também teve alta relevante: de 102 milhões de moradores nessas condições em 2010 (68,4%), para 146 milhões em 2022 (84%).
As rampas para cadeirantes continuaram com um resultado ruim, mas tiveram grande aumento: Em 2010, apenas 5,9 milhões de pessoas moravam em ruas com a rampa (4,6%), o que evoluiu para 26,4 milhões (16,3%). De acordo com o Censo 2022, em um terço das cidades — 1.864 —, menos de 5% da população moram em ruas com rampas para cadeirantes. E em 157 municípios não existia nenhuma rampa. Os piores resultados foram vistos no Norte e no Nordeste do país.
Wagner Tesserolli, cadeirante, relatou dificuldades relacionadas à ibilidade em Campinas — Foto: Estevão Mamédio/g1
Marcelo Henriques, coordenador do curso de Gestão Ambiental e Geografia do Centro Universitário UniDomBosco, diz que, apesar do avanço percentual entre 2010 e 2022, a realidade ainda está longe do que exige a legislação brasileira.